A Universidade de Oxford acabou de concluir um ensaio clínico sobre a dexametasona no tratamento da Covid-19, com redução da mortalidade.
O RECOVERY (Randomised Evaluation of COVid-19 thERapY) trial , iniciado em março de 2020, mostrou que, com a dexametasona, uma morte foi prevenida em cada 8 pacientes intubados e 1 morte foi prevenida em cada 25 que precisaram de oxigênio. Não houve beneficio nos casos que tinham sintomas leves. A partir desses resultados, a Sociedade Brasileira de infectologia já publicou uma recomendação com o uso de dexametasona para os casos com necessidade de oxigênio ou ventilação mecânica.
Esse é um medicamento muito usado no mundo todo para tratar doenças auto-imunes, doenças inflamatórias e doenças pulmonares graves, mas é também um medicamento que traz muito risco se usado sem acompanhamento médico. Seu uso de forma incorreta pode predispor a novas infecções e gerar quadros graves ou até letais, conhecidos como Cushing e insuficiência supra renal.
Em relaçao especificamente à COVID-19; se você está doente, mas sem precisar de oxigênio, a dexametasona pode até piorar seu quadro. Portanto, não tome o medicamento se não tiver a prescrição médica. Lembre-se: medicamento e tratamento de COVID ou de qualquer outra doença é uma prescrição médica e ainda se modifica de acordo com as novas descobertas científicas, que vão aparecendo ao longo do tempo.
Isso é verdade com relação à COVID (doença contra a qual se tem testado a cada dia uma ampla gama de tratamentos novos), mas também em relação a qualquer outra doença.
Essa é a provocação de hoje: o quanto demora para se definir um tratamento para determinada doença. Isso envolve anos de pesquisas e, muitas vezes, a cura não é encontrada.
Vejamos na demência, doença que acomete cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e tem prevalência estimada entre 6 e 19% nos idosos brasileiros. É uma doença que gera dependência e grande sobrecarga global à sociedade, e há grande corrida atrás de um tratamento. Mas a maioria das síndromes de demência não tem causa conhecida, não tem definição de diagnóstico clara e nenhum tratamento curativo, apesar dos exaustivos esforços da indústria. Centenas de estudos com possíveis medicamentos novos falharam, tanto para otimizar uma função, quanto para reverter ou compensar uma função perdida, quanto para reverter ou compensar uma falha cerebral. Exames de imagem caros e pesquisas de fluido corporal com “biomarcadores” para ajudar a distinguir subtipos comuns de demência também são pesquisados, e muitos já são disponíveis, mas não levam a significativo benefício na prática clínica, pois não há tratamento para nenhum subtipo.
Esperamos que a dexametasona seja efetiva na ajuda ao tratamento da Covid-19. Esperamos que a cura dos pacientes graves surja o quanto antes. Mas precisamos ter cautela, ter cuidado. O surgimento de um medicamento não pode substituir a prevenção. Nenhum medicamento é seguro, ainda. Então, continuem se cuidando. E deixem as definições sobre tratamentos para os estudos e, em segundo lugar, para os médicos.
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