Um tema triste e necessário: Suicidio em idoso

Setembro AMARelo

Este mês é marcado pela campanha “Setembro Amarelo”, de prevenção ao suicídio.

O setembro amarelo é uma campanha criada com o intuito de alertar sobre o suicídio, pois ainda existe um estigma de falar sobre esse problema e conscientizar sobre a prevenção.

Setembro AMARelo diz tudo. Para minorar os sofrimentos por este problema tão dolorose, é preciso amar, e é preciso criar elos. Elos necessários para resgatar o indivíduo da intenção suicida, que muitas vezes está presente, mas não reconhecida.

Mas suicídio é um tabu: é um “pecado”, um “fracasso”, uma “vergonha”. Não se conversa sobre isso.

O risco de suicídio entre idosos

Quando falamos em idosos, as pessoas pensam: “ele está tranquilo, quietinho, descansando após uma vida de trabalho”. Não é bem assim.

O idoso convive com uma sequência de perdas: o dinheiro que reduz, as atividades sociais, a viuvez, a piora gradual da saúde… E alguns (ou muitos?) conflitos, principalmente quanto à continuidade da vida. Há um complexo de eventos que devem ser observados por todos: familiares, médicos, cuidadores … e sociedade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os idosos são o grupo populacional de maior risco para o suicídio. Mesmo assim, este fenômeno ainda não recebe atenção das autoridades da saúde pública, dos pesquisadores e da mídia. No Brasil, morrem a cada ano cerca de 1.200 pessoas com 60 anos ou mais devido ao suicídio.

Acha pouco? Tem mais: cerca de 70% dos idosos que cometeram suicídio consultou com seu médico no último mês antes da morte. Mas ele não fala, a família não observa, e o médico não pergunta.

A grande maioria dos suicídios é consequência da depressão. Há grande oportunidade de evitar o suicídio melhorando o tratamento da doença. Mas a depressão no idoso raramente é reconhecida e tratada adequadamente. Pelos profissionais, por falta capacitação para perceber o comportamento durante a consulta e de lidar com os antidepressivos. Pelo idoso, que não quer ter um problema “psiquiátrico”, nem dar trabalho à família.
Pela família, que ignora os sinais, pois não acredita que o idoso seja capaz de praticar suicídio.

O suicídio ainda não é visto como um problema de saúde pública, mas sim uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade.

Como evitar esse acontecimento

Como identificar alguém que precisa de ajuda?
Quais os sintomas de depressão que levam ao suicídio?
O que leva a comportamentos suicidas?
Como ajudar?
Quais os recursos da comunidade e fontes de apoio?
Durante todo o mês de setembro, ações são realizadas para sensibilizar a população e os profissionais de saúde para os sintomas desse problema e para a saúde mental. A depressão é uma das doenças mentais que mais atinge os idosos. A prevalência da doença e como ela se manifesta pode variar de acordo com a situação vivida pelo idoso.

Atenção: o idoso, quando tenta suicídio, tem sucesso. Ele o planeja bem antes – não age por impulso, nem para “chamar atenção”.

Fique atento.

Como reconhecer

Como reconhecer? Algumas pistas podem ajudar. Fique atento ao sofrimento mental. Tenha em mente 4 Ds como sinais de alerta: depressão, desesperança, desespero e desamparo. Outros fatores a observar são:

1- Tentativa prévia de suicídio

2- Doença mental

3- Idade: o idoso, quando tenta suicídio, tem sucesso. Ele o planeja antes – não age por impulso, como frequentemente ocorre nos jovens. Os jovens têm mais tentativas, com menor sucesso.

4- Sinais de depressão, desesperança, desespero, desamparo e impulsividade

5- Gênero: mulheres tentam mais e homens morrem mais.

6- Enfermidades clínicas, como doenças degenerativas e dolorosas, acidente vascular encefálico, cardiopatias, enfizema pulmonar

7- Eventos adversos na infância e na adolescência.

8- História familiar de suicídio.

9- Fatores sociais

Mas suicídio é um tabu, não se conversa sobre isso.

O ato de não conversar não reduz, só esconde o problema – que cresce no escuro e se manifesta em locais inimagináveis se não estivermos atentos.

Cada suicídio tem impacto na vida de pelo menos outras 6 pessoas.

E esse risco pode estar mais próximo do que você imagina. Fique atento. Identificar algum desses sinais em alguém próximo pode ser doloroso, mas é a única chance de você evitar um sofrimento pior.

Olhe nos olhos os idosos com os quais você convive. Parafraseando Chico Buarque:
“Olhos nos olhos, quero ver o que você diz; Quero ver como suporta me ver tão (in)feliz.”

Existe ajuda via telefone, presencial ou até on line.

Ajuda e contatos

Quer saber mais? Participe desta campanha!
Dê uma olhada nos links abaixo!

Ajuda para os familiares enlutados:

GAL– Grupo de Atendimento a Enlutados ( Associação Médica de Minas Gerais / SOTAMIG- Sociedade de Tanatologia e Cuidados Paliativos de Minas Gerais ) Instagram: @sotamigbh Telefone : 3247-1616

API – Apoio a Perdas Irreparáveis – Reuniões online aos enlutados .site: redeapi.org.br

Instituto vitaalere (de São Paulo) – vitaalere.com.br

Ajuda para os pacientes e familiares:

1 – Escuta emergencial – CVV- Centro de Valorização da Vida – tel. 188

2 – Em caso de risco de suicídio iminente, ligar para 190 ( Polícia Militar) ou 192 ( SAMU) e solicitar atendimento.

3 – Planos de saúde: para pessoas que possuam plano de saúde, a melhor forma de saber quais os serviços de psiquiatria disponíveis, bem como se o convênio cobre sessões de psicoterapia, é entrando em contato diretamente com o plano de saúde.

4- Rede de Apoio Social: você pode procurar um diretor, coordenador de escola, padre, assistente social, pastor, médico, enfermeiro, líder comunitário e pegar encaminhamentos e sugestões no seu local de residência ou trabalho.

Em Belo Horizonte:

A rede municipal de Belo Horizonte: possui o Centro de Referência em Saúde Mental: CERSAM

São 7 CERSAM e 2 Centros de Referência em Saúde Mental Infantil – CERSAMI.

Funcionamento: 7 a 19 horas, todos os dias, inclusive feriados.
Os usuários podem lá permanecer pelo tempo necessário.

CERSAM Norte
Rua Furquim Werneck, 125 – Bairro Tupi.
(31) 3246-9562/9563

CERSAM Pampulha
Rua do Mel, 77 – Bairro Santa Branca.
(31) 3277-7918/7934

CERSAM Oeste
Rua Oscar Trompowisk, 1325 – Bairro Grajaú.
(31) 3277-6488/9601

CERSAM Noroeste
Rua Camarugi, 10 – Bairro Padre Eustáquio.
(31) 3277-7220/7229/7216

CERSAM Venda Nova
Rua Boa Vista, 228 – Bairro São João Batista.
(31) 3277-5432/5434

CERSAM Nordeste
Praça 13 de maio, s/n – Bairro Nova Floresta.
(31) 3277-6067/6065

CERSAM Leste
Rua Perite, 150 – Bairro Santa Tereza.
(31) 3277-5756/5743

CERSAM Barreiro
Rua Ribeiro da Luz, 29 – Bairro Barreiro.
(31) 3277-1530

O CERSAM oferece atendimentos próprios a cada caso, com equipe multiprofissional, oficinas e atividades de cultura e lazer.
O tratamento busca estabilizar o quadro clínico, reconstruir a vida pessoal, dar suporte aos familiares, prover convívio e reinserção social.

Sugestões de leitura

Bertolote J.M. – Suicídio e sua Prevenção. São Paulo : UNESP,2012

Organização Mundial da Saúde – Prevenção Do Suicídio: Um Manual Para Profissionais Da Saúde Em Atenção Primária, 2000

Organização Mundial da Saúde – Prevenção Do Suicídio: Um Manual Para Profissionais Da Mídia, 2000

Associação Brasileira de Psiquiatria – Suicídio: informando para prevenir

Associação Brasileira e Psiquiatria e CFM – Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir. 2017

CVV

Setembro amarelo

GAL

vitaalere

Viver é a melhor opção – A prevenção do suicídio no Brasil e no mundo Autor: André Trigueiro | Ano: 2015

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