Coronavirus e idoso: o que precisamos fazer para protegê-los? Sabemos que o Coronavírus está se disseminando. A previsão é que logo ultrapasse os 4.000 casos no Brasil, se não tomarmos muito cuidado com as contaminações. 

 E ele começa a contaminar 24 horas antes dos sintomas, e contamina mais nos primeiros dias de sintomas. Segundo informativo da sociedade brasileira de infectologia (atualizado dia 12/3/2020), o período de incubação é em média de 5 dias, podendo chegar a 14 dias.

Por isso é prudente o isolamento. Sinal de respeito pelos outros, principalmente os mais velhos. Clique aqui para você ver uma cartilha com orientações para proteger os idosos, e aqui para ver algumas orientações nutricionais que podem ajudar nesse momento.

A letalidade da doença é de apenas 3,5% no geral, e ela geralmente não se torna grave em crianças. Mas a letalidade é alta em pessoas mais velhas ou com doenças cronicas, e chega a 15% nas pessoas com mais de 80 anos. Por isso é importante proteger os idosos e evitar contatos deles com os netos. Falei sobre isso em um vídeo que está lá no meu canal do Youtube. Veja lá.

Provavelmente essa epidemia irá durar por algumas semanas ou alguns meses. E, muito importante: a vacina de gripe começa dia 23 de março. Vacinem os idosos tão rápido quanto possível. E verifiquem se eles já vacinaram contra pneumococo. Se já tomou alguma vez após os 65 anos de idade, está ok. Na dúvida, procure o médico geriatra.

Mantenham-se bem informados, tenham os cuidados necessários para evitar contatos e nao entrem em pânico. Cuidado com fake news. Cuidado com as informações disseminadas nos grupos de familiares e de amigos!
O SUS desenvolveu um aplicativo que comunica informações sobre o COVID-19 e ainda realiza uma triagem virtual, indicando se é necessário ou não a ida a hospitais! Pessoas com sintomas leves, mesmo sendo idosos, devem ficar em casa. E se informar sempre, porque as orientações estão mudando com grande frequência.
Divulguem esses aplicativos clicando nos links: ios ou para Android

É possível que nós todos sejamos infectados, mas 80% das infecções são casos leves e 20% graves, sendo que 15% internam e 5% precisam de cti, de acordo com os dados que têm sido divulgados até o momento. Em casos leves, os sintomas duram cerca de 2 semanas, nos graves, até 6 semanas. Mas os que precisam de cti são os idosos, os imunodebilitados (ex: transplantados) e aqueles com algumas doenças crônicas, como doenças cardíacas, pulmonares ou diabetes.

É preciso atrasar o número de infectados, para evitar que todos precisem de hospitais e CTIs ao mesmo tempo. E é isso que mostra esse gráfico da imagem, do achatamento da curva epidemiológica. Para explicar de forma bem rasteira, os mesmos mil pacientes que adoeceram na China em 2 meses adoeceram na Itália em 2 semanas. Os serviços de saúde não deram conta.

Porque aconteceu isso na Itália?

Devido a uma população mais envelhecida e à menor agilidade inicial na tomada de medidas preventivas. Devido ao grande contato entre idosos e jovens (o que não acontece na Alemanha, que também tem populaçao muito idosa, mas com menor contato físico e menos co-abitaçao de idosos com jovens, talvez por não ser de cultura latina…) O caos depende da velocidade da disseminação dos casos. Os 20% de casos graves sempre vão existir, o segredo é em quanto tempo teremos o pico de incidência. Se for muito rápido, maior o caos e mais mortes. Se mais lentamente, maior a chance dos serviços de saúde abarcarem os casos graves, gradativamente, e de conseguirmos sair dessa crise com maior sucesso. Explico isso melhor em outro post. Clique aqui e veja lá.

Por isso:
Em cidades com epidemia em fase de transmissão comunitária, como São Paulo e Rio de Janeiro (mas ainda não é o caso de Belo Horizonte), as medidas iniciais mais recomendadas são: estimular o trabalho em horários alternativos em escala; reuniões virtuais; home office; restrição de contato social para pessoas com 60 anos ou mais e que apresentam doenças crônicas; avaliar a possibilidade de adiar a realização de eventos com muitas pessoas; isolamento respiratório domiciliar de viajante internacional que regressou de país com transmissão comunitária (7 dias de isolamento, se assintomático – se sintomático, procurar o médico e investigar para coronavírus).
Se, apesar dessas medidas, a transmissão comunitária continuar a evoluir, como está ocorrendo em vários países da Europa (como na Itália e Espanha) e em algumas regiões dos EUA (o que pode ocorrer em poucos dias ou poucas semanas, apesar de tomadas das medidas acima), deve-se considerar: fechamento das escolas, faculdades e universidades; interrupção de eventos coletivos, como jogos de futebol e cultos religiosos; fechamento de bares e boates; disponibilização de leitos extras de UTI; pacientes com manifestações clínicas leves devem permanecer em isolamento respiratório domiciliar e não devem mais procurar assistência médica, porque os serviços de saúde estarão sobrecarregados; exames para confirmar o diagnóstico só serão realizados em pacientes hospitalizados; suspensão de cirurgias eletivas. Este não é até o momento o caso em Minas Gerais. Mas a situação e as orientações mudam a cada dia, é preciso estar atento! Informe-se em fontes seguras.

Somente as ações em conjunto da sociedade civil, agentes públicos, sociedades científicas e profissionais de saúde farão com que enfrentemos esta epidemia com sucesso, diminuindo a mortalidade e mitigando as consequências, principalmente entre os idosos.

Mas nenhuma medida do governo faz efeito se você não fizer a sua parte! E pense que parentes, amigos, conhecidos ou mesmo desconhecidos necessitarão de ajuda. Como muito já se tem sugerido por aí, pode ser de um telefonema diário, para manter o ânimo, a fazer compras ou levar comida para quem está impossibilitado de sair. Pense coletivo. Esta epidemia será uma das memórias mais fortes de uma geração. Que sejam lembranças de solidariedade.

Seja muito bem-vindo ao meu blog. Um espaço onde compartilho todo o meu conhecimento sobre o universo da terceira idade. Fonte de inspiração para bem cuidar de um idoso. Boa leitura. 

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Dra. Cláudia Caciquinho

CRMMG – 36590

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