Domingo, 22 de março de 2020, Belo Horizonte. O Ministério da Saúde confirmou até o momento 1.546 casos de COVID-19, com 25 óbitos. Eu já falei disso aqui, em outro post, mas como é muito importante, decidi falar de novo. As projeções baseadas na forma como a epidemia se comportou nos outros países sugerem que teremos 30.000 casos em menos de 2 semanas. Ou um número menor de casos, se conseguirmos manter o isolamento social. Na primeira situação, a quantidade de doentes graves ao mesmo tempo levaria a um colapso do sistema de saúde e a milhares, isso mesmo, milhares, de mortes. Porque 20% dos pacientes precisam ser hospitalizados e, destes, 5% precisam de leitos de terapia intensiva (que normalmente já estão todos ocupados devido às mais diversas doenças). Não haverá leitos para novos milhares de doentes.
E os pacientes graves são principalmente os idosos, que são mais frágeis e mais propensos a ter quadros graves de qualquer virose ou doença.
Se conseguirmos realizar o isolamento social, separando, principalmente, os idosos dos jovens, reduziremos a velocidade de propagação e o número de pessoas doentes em um mesmo momento. O que significa menos doentes graves simultaneamente. E menor necessidade de serviços hospitalares e de terapia intensiva ao mesmo tempo. E, por fim, maior quantidade de pacientes atendidos de forma ideal e saindo da doença sem morte ou sequela. Complicado? Vou dar um exemplo prático, que está disponível nesse link e nesse outro link .
Considere a região metropolitana de Belo Horizonte, que agrega cerca de 3 milhões de pessoas. Se nenhuma medida de controle for realizada, as projeções indicam que 2,8 milhões de pessoas serão infectadas ao longo de 3 meses. Com a falta de disponibilidade de serviços médico-hospitalares e leitos de terapia intensiva para 140 mil pessoas (5% de 2,8 milhões), haverá morte de 65 mil pessoas ao longo desses 3 meses. Por outro lado, se as medidas de isolamento social forem – e bem – realizadas, haverá disponibilidade de serviços de saúde e esse número cairá drasticamente para 57 óbitos ao fim dos mesmos 3 meses.
Portanto, fiquem dentro de casa. E separem idosos de jovens. Porque jovens, se não forem portadores de doenças crônicas, conseguem imunidade sem apresentar quadros graves da doença.
Se pensarmos em achatar o pico da epidemia, ele está previsto para ocorrer entre dias 6 e 20 de abril (se nada for feito).
Portanto, para achatar esse pico, temos que nos isolar hoje. Agora. Totalmente. Ok?
Eu estou aqui: se tiverem qualquer dúvida ou necessidade de orientação, me falem. Se for para os amigos também vale! Temos que nos ajudar mutuamente nesse momento.
Só lembrando as coisas que não ajudam nesse momento:
1- entrar em pânico
2- não levar a sério a gravidade da epidemia
3- não seguir as orientações de isolamento (que estão sendo faladas em todo local, a todo momento)
4- ficar deprimido por estar sozinho em casa ( medite, leia, estude, veja um filme!)
5- correr para comprar máscaras, álcool gel, cloroquina (e deixar os serviços de saúde sem fornecimento desse material para trabalhar)
6- esquecer que ao proteger o outro você está se protegendo, porque reduz o número de infectados circulando.
5- divulgar informações que não são oficiais por aí – pode prejudicar todo o trabalho do ministério da saúde e disseminar o pânico! Mas se receberem qualquer notícia pelo WhatsApp sobre coronavirus, antes de passar adiante, confirmem se é verdadeira no número disponibilizado para isso pelo Ministério da Saúde. O número é (61)99289-4640. Foi anunciado na coletiva de hoje do ministro da saúde.
Lembra disso, ok?
E lembra que eu estou no @draclaudiacaciquinho sempre com informações para vocês.
Fiquem bem
Seja muito bem-vindo ao meu blog. Um espaço onde compartilho todo o meu conhecimento sobre o universo da terceira idade. Fonte de inspiração para bem cuidar de um idoso. Boa leitura.